quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

"Perto do fogo"




Eu queria acreditar no inevitável encontro dos nossos pés. Acreditar em tudo o que o meu sexto sentido forja, como da vez em que ele me fez pensar que a noite seria linda no teu carro parado no meio da rua com a chuva e todas as tuas músicas ruins.

 Não quero saber do que me falta. Sou Frankenstein e algo está quebrado. Você conta os cobertores e eu gosto das sombras. Evito as janelas.

Agora faz uma tarde linda e é uma pena a gente não morar nesse céu todo rosado, que desce e para os carros.

E afinal, qual seria o meu itinerário?

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Viracopos



Eu fiz um texto sobre os teus dentes tortos. Dentes que também são um poema. Fiz um texto pra falar do dia em que eu estraguei o cacto, na mesma noite em que não comi o bolo. Um texto pra contar do barulho que fica mais alto lá fora só por causa da música nos fones de ouvido. Falar da mágoa que nunca se esgota e de como eu não consigo aplicar a mesma fórmula no amor. Pra dizer que você pode mentir pra me afastar da ansiedade, e pra falar que eu posso fingir que você se importa. Um texto sobre você, pra me fazer companhia.

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Mercúrio



Sobre o desafio que é não gostar, quando os dentes já estão cravados no outro.

Eu, que não sei fazer você ficar, só penso em seguir pro terraço e não resolver nada. Sem coragem para abrir os olhos na hora do sabão, eu consigo enxergar de perto os estragos no meu peito.


 Ainda assim eu só penso em insistir, e vou ficando desinteressante, e isso nunca vai parar.

domingo, 13 de outubro de 2013

crush.

São mais calmos os que amam muito e os que erram em tudo. Eu nunca tive essa paz.
Estou muito distante de mim e, agora cabemos os dois no mesmo prato e em dois copos,  talheres pra três.

Eu só queria companhia para as avenidas inteiras onde eu só desfilo solidão,  mesmo que isso só se deseje baixinho,  com os olhos fechados,  assoprando as velas de aniversário.
Você percebeu o meu devaneio começando? Viu quando eu me perdi naquelas luzes?


Nuca, bolinho, balcão,  blá blá. Eu não te escuto mais, deliro. Eu sou o salgadinho e você pode comer.

Eu sofri por uma música inteira e a coragem me abandonou no meio fio.

Você que me revira com um toque,  consegue entender um sim?



segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Caqui.


Analiso as minhas mãos e espanto os pombos, considero dar todo o nosso amor aos gatos de rua embora eu acredite que você poderia me amar.

Enquanto faço o café e caminho da sala pra cozinha, mesmo quando na esquina comprando caqui, você poderia me amar.

Então resolva o descaso, use do meu perfume, me leve pra passear numa quarta-feira e me mostre amor. Me ajude a lembrar das promessas que eu fiz a todos os outros, aos que vieram antes e, mais do que eu, toparam o desafio que é o amor e que são as noites nubladas pesando no caminho de quem cruza a cidade por causa das respostas, por causa do pulsar, do colorir.

 Sempre seremos bonitos na chuva, mesmo com todo o sofrimento do mundo, mesmo quando os telefonemas vacilam. Eu vi num filme, "ainda é cedo", e eu posso viver do teu charme vago, você do meu sorriso míope, e tudo até pode ser muito raso, desde que nós não tenhamos medo

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

- desfazer

Sobre desconstruir e recomeçar, sobre o teu cabelo e o meu depois. Sem esquecer das cervejas e da beleza já sublimada pelo fato de que são quatro da manhã e você ainda não me ligou. Pra falar dos cantos deste quarto, com mais cantos agravados pelo teu silêncio e o gozo agora triste do amante solitário. Ressaltar o encanto do cotidiano matinal, com o sorriso fácil que recheava o teu sanduíche. Tudo isso desmontado pela tecla que associa aquela imagem a este texto, mais o tempo que não nos vemos, menos todo o desesperar.

sábado, 22 de junho de 2013

Sobre talheres.


Temos sonhos tagarelas, gigantes encorpados, do tamanho das nossas almas, que ocupam casas e tomam as ruas, não perdoam os limites das janelas, nem se ocupam com portas, se espelham em azulejos e sobem escadas, sorriem pra feira, buscam frutas, ecoam na rádio, encontram a felicidade nas esquinas, não param nunca, por nada, nem pelos aborrecimentos soltos das calçadas. 

terça-feira, 11 de junho de 2013

Sobre o amor e vírgulas.



A vida, meu bem, não é pra arrepender. A vida é para o amor, e naquela dança, mesmo sem festa, errando a roupa, perdendo o ônibus, ouvindo conselho, correndo risco, tomando um drink, derramando a cerveja, batendo a cabeça, não escolhendo você, escolhendo você, sempre respirando bem fundo.



quinta-feira, 16 de maio de 2013

A saudade, bem baixinho.

                                                                                   Sintoniza aí no nosso amor.



Eu sei que o agora é breve e a certeza do melhor nos ilumina, só preciso aprender o que fazer com esse fim de semana durando uma década.

Longe do cais, hoje eu comprei o teu xampu, mas se eu não vou e nem você vem, arranjo um lugar pro nosso amor na despensa.

Love,

Brave Heart.

sábado, 11 de maio de 2013

Oração.


 Que tolice é o destino,
Sem girar bem.



Abra as janelas e caminhe para o mar.
A oração agora pede pra aventura curar, o amargo de saudade que surgir.


Love,
Brave Heart.